Holocausto Brasileiro
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Oi, gente, beleza? Então, faz bastante tempo que não crio tópicos aqui, mas hoje quero compartilhar com vocês um momento consideravelmente assustador da história do nosso país.
Há um tempo comprei o livro Holocausto Brasileiro, da jornalista Daniela Arbex. Até então nunca tinha ouvido falar nada sobre esse tema e descobri que poucas pessoas também não conhecem essa terrível fase da psiquiatria brasileira. Pra quem não sabe, o livro foi lançado em 2013 e retrata os maus tratos sofridos pelos pacientes do Hospital Colônia de Barbacena através de depoimentos de ex funcionários e até mesmo de ex internos.
Mas, afinal, o que foi o Hospital Colônia de Barbacena, taxado por alguns como um campo de concentração nazista no Brasil?
O complexo manicomial conhecido por "Cidade dos Loucos" foi fundado em 12 de outubro 1903, em Barbacena, Minas Gerais. O Hospital Colônia de Barbacena, antes de ser um local focado no "tratamento" psiquiátrico, tratava pacientes vítimas da tuberculose. O isolamento dos tuberculosos explica a localização afastada do hospital, que fica em cima de uma montanha. O local também se mostrou perfeito para excluir os grupos marginalizados da sociedade.
A instituição era formada por diversos prédios e pavilhões, e cada um deles tinha uma especialidade. Entre eles estavam o Pavilhão Zoroastro Passos, para onde iam as mulheres indigentes; o Antônio Carlos, a área dos homens indigentes. Os pavilhões Afonso Pena, Milton Campos, Rodrigues Caldas e Júlio Moura recebiam todo o tipo de pessoas - sendo que 70% deles não tinham nenhum diagnóstico mental - eram, em sua maioria, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, dependentes químicos e mendigos.
Os tratamentos funcionavam à base da tortura: utilizavam eletroconvulsoterapia, cadeiras elétricas, solitárias e camisas de força. Os pacientes eram submetidos à situações precárias de sobrevivência, como fome e sede extremas. Em alguns casos, chegavam a beber a própria urina e água de esgoto. Nos pátios, viviam nus e em meio a ratos e baratas, além de serem obrigados a urinar e defecar no chão.
Não havia distinção etária: crianças, adultos e idosos eram tratados da mesma forma.
Muitas pessoas eram colocadas no Manicômio de Barbacena pela própria família. Era o caso de mulheres indesejadas pelos maridos e parentes que tinham algum tipo de deficiência, transtorno ou distúrbio, como Síndrome de Down, autismo e dislexia.
Com o alto índice de mortalidade no Colônia, o cemitério próximo já não possuía mais espaço para comportar tantos mortos. Visando uma alternativa, funcionários corruptos encontraram no tráfico de corpos uma maneira de amenizar a situação e lucrar com isso: diversas universidades ao redor do país encomendavam os restos mortais das vítimas do Colônia para seus Laboratórios Anatômicos, como por exemplo a Faculdade Medicina da Universidade de Minas Gerais. Quando a procura era baixa, os corpos eram meramente dissolvidos em ácido no pátio do local.
Os métodos de tratamento e as condições do manicômio causaram a morte de mais de 60 mil pessoas.
Há um tempo comprei o livro Holocausto Brasileiro, da jornalista Daniela Arbex. Até então nunca tinha ouvido falar nada sobre esse tema e descobri que poucas pessoas também não conhecem essa terrível fase da psiquiatria brasileira. Pra quem não sabe, o livro foi lançado em 2013 e retrata os maus tratos sofridos pelos pacientes do Hospital Colônia de Barbacena através de depoimentos de ex funcionários e até mesmo de ex internos.
Mas, afinal, o que foi o Hospital Colônia de Barbacena, taxado por alguns como um campo de concentração nazista no Brasil?
O complexo manicomial conhecido por "Cidade dos Loucos" foi fundado em 12 de outubro 1903, em Barbacena, Minas Gerais. O Hospital Colônia de Barbacena, antes de ser um local focado no "tratamento" psiquiátrico, tratava pacientes vítimas da tuberculose. O isolamento dos tuberculosos explica a localização afastada do hospital, que fica em cima de uma montanha. O local também se mostrou perfeito para excluir os grupos marginalizados da sociedade.
A instituição era formada por diversos prédios e pavilhões, e cada um deles tinha uma especialidade. Entre eles estavam o Pavilhão Zoroastro Passos, para onde iam as mulheres indigentes; o Antônio Carlos, a área dos homens indigentes. Os pavilhões Afonso Pena, Milton Campos, Rodrigues Caldas e Júlio Moura recebiam todo o tipo de pessoas - sendo que 70% deles não tinham nenhum diagnóstico mental - eram, em sua maioria, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, dependentes químicos e mendigos.
Os tratamentos funcionavam à base da tortura: utilizavam eletroconvulsoterapia, cadeiras elétricas, solitárias e camisas de força. Os pacientes eram submetidos à situações precárias de sobrevivência, como fome e sede extremas. Em alguns casos, chegavam a beber a própria urina e água de esgoto. Nos pátios, viviam nus e em meio a ratos e baratas, além de serem obrigados a urinar e defecar no chão.
Não havia distinção etária: crianças, adultos e idosos eram tratados da mesma forma.
Muitas pessoas eram colocadas no Manicômio de Barbacena pela própria família. Era o caso de mulheres indesejadas pelos maridos e parentes que tinham algum tipo de deficiência, transtorno ou distúrbio, como Síndrome de Down, autismo e dislexia.
Com o alto índice de mortalidade no Colônia, o cemitério próximo já não possuía mais espaço para comportar tantos mortos. Visando uma alternativa, funcionários corruptos encontraram no tráfico de corpos uma maneira de amenizar a situação e lucrar com isso: diversas universidades ao redor do país encomendavam os restos mortais das vítimas do Colônia para seus Laboratórios Anatômicos, como por exemplo a Faculdade Medicina da Universidade de Minas Gerais. Quando a procura era baixa, os corpos eram meramente dissolvidos em ácido no pátio do local.
Os métodos de tratamento e as condições do manicômio causaram a morte de mais de 60 mil pessoas.
Aventuras na História
Caso alguém queira saber mais sobre o Holocausto Brasileiro, há diversos documentários e vídeos informativos disponíveis no YouTube. Também recomendo a leitura do livro, onde há informações muito mais detalhadas e imagens bem mais chocantes.
Comentários
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O trecho final me chocou, o que alguns funcionários faziam pra se livrar dos corpos e ainda lucrar em cima disso, quanta crueldade.
Eu já ouvi falar no livro Holocausto brasileiro, mas não cheguei a ler ou a procurar em alguma biblioteca para pegar emprestado, parece ser muito interessante e triste, fiquei curiosa agora sobre o tema, vou procurar documentários, reportagens para saber mais sobre o ocorrido.
icou muito bem estruturado seu tópico, muitas informações que já ajudaram bastante pra eu ter um certo entendimento do que aconteceu. -
Não sabia desse holocausto, muita coisa no passado não sabemos, a crueldade do ser humano não tem limites.
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Eu já assisti ao documentário e eu fiquei extremamente mal. Foi, sem dúvidas, um dos acontecimentos mais sujos da história do Brasil e que foi, basicamente, apagado da história.
Eu tenho medo disso algum dia voltar a ser normal com a relevância que os chamados manicômios e tratamentos de choque voltaram a ganhar força no BR e com a proteção da justiça. Isso é triste e revoltante demais.
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Eu ia morrer sem saber que isso tinha acontecido... Horrível. Manda mais curiosidades pra gente, pelo menos eu curto ler.
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Até onde vai a crueldade do ser humano..? A história mostra tanta morte, sofrimento, a maioria causada pela ganância de nós seres humanos.. É triste.
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Triste? Óbvio que sim, e valeu pela oportunidade do conhecimento, todavia lembro-me que não da pra ficarmos imaginando que essas atrocidades são coisas do passado e que nos dias de hoje vivemos num país de plena paz, ordem e prosperidades. Nossos corruptos de hoje em dia superaram e muito esses tristes números de um tempo distante, desviando verbas da área da saúde, por exemplo, mataram pelo menos umas 100 vezes mais que os 60 mil daquela época. O crime organizado conseguiu atingir todas as esferas do nosso meio social desde um STF e até um "inocente" joguinho de FPS com a descarada comercialização de programas ilegais pra games (ninguém me tira da cabeça que hacker, tanto quem cria como quem usa, não passa de um criminoso em menor escala).
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Nossa, obrigado por nos passar essas informações, created. Li do começo ao fim sua publicação e fiquei horrorizado...
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Caramba que historia cruel slk não sou de ler livros não mais me interessei nessa historia to pensando em comprar esse livro !
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[QUOTE=[MOD]Thalia;n1200110]O trecho final me chocou, o que alguns funcionários faziam pra se livrar dos corpos e ainda lucrar em cima disso, quanta crueldade.
Eu já ouvi falar no livro Holocausto brasileiro, mas não cheguei a ler ou a procurar em alguma biblioteca para pegar emprestado, parece ser muito interessante e triste, fiquei curiosa agora sobre o tema, vou procurar documentários, reportagens para saber mais sobre o ocorrido.[/QUOTE]
Existem vários documentários no YouTube sobre isso, Em Nome da Razão é um deles. Dá uma olhada se quiser, é muito bom e vale muito a pena conferir
[QUOTE=[]Doctor;n1200411]Eu tenho medo disso algum dia voltar a ser normal com a relevância que os chamados manicômios e tratamentos de choque voltaram a ganhar força no BR e com a proteção da justiça.[/QUOTE]
O tratamento com ECT ainda existe, mas hoje em dia existe um preparo muito maior, com anestesias e supervisões, além do resultado ser mais comprovado e eficiente. Porém, mesmo assim, alguns psicólogos e psiquiatras são contra essa prática e preferem a clássica ''cura através da fala''. O próprio Conselho Federal de Psicologia emitiu uma nota alegando repúdio à nota de ''Nova Saúde Mental'' publicada pelo Ministério da Saúde
https://site.cfp.org.br/cfp-manifest...erio-da-saude/
Nessa nota eles também repudiam a ampliação de leitos em hospitais psiquiátricos, alegando que é um retrocesso rumo ao período manicomial brasileiroCaramba que historia cruel slk não sou de ler livros não mais me interessei nessa historia to pensando em comprar esse livro !
Olha, eu recomendo muito ele. É um ótimo livro, repleto de informações, imagens e depoimentos
Vale muito a pena
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Eu faço parte do grupo de pessoas que não sabia desse holocausto
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Fiquei com vontade de ler esse livro, mas como eu tenho aquele problema de comprar mais do que eu consigo ler, ainda tenho que devorar mais alguns livros para pegar novos.
Em um futuro próximo, quem sabe, realizo a leitura de "Holocausto Brasileiro".
![[]Doctor](https://z8games.akamaized.net/cfbr/forum/customavatars/90/navatar_3151390.png){kind=avatar}
